Editorial
Neste mês, o Paleta Urbana celebra uma edição especial que se alinha com a importância do Mês do Surdo, destacando a riqueza cultural e a força das comunidades surdas através da arte. A escolha de Helô Araujo como jovem artista em destaque, cuja ilustração estampa nossa capa, é uma homenagem não apenas ao talento individual, mas também à representação e à voz que ela traz para essa comunidade.
A arte tem o poder de transcender barreiras, de comunicar o que as palavras muitas vezes falham em expressar.
Dica de Leitura:
A História da Minha Vida é a inspiradora autobiografia de Helen Keller, uma escritora e ativista americana que superou a cegueira e a surdez com a ajuda de sua professora, Anne Sullivan. Publicado em 1902, o livro narra a jornada de Keller desde a infância até se tornar uma lenda norte-americana. A história de superação foi tão impactante que foi adaptada para o cinema em 1962, no filme "O Milagre de Anne Sullivan". Esta obra faz parte da coletânea "501 Livros que Merecem ser Lidos" e é uma leitura inesquecível para quem busca inspiração.
Arte em Foco com Helô Araujo
Heloísa Araújo, conhecida como Helô, começou a desenhar aos 4 anos de idade. Desde cedo, encontrou na arte um refúgio, onde podia se sentir à vontade e explorar sua criatividade em silêncio. Sua paixão pelo desenho foi influenciada por diversos artistas, incluindo Jamil Santos, seu tio Jocélio, Kilma Coutinho, Lauro Neto, Tuka, Van Gogh, e também Bibi, sua mentora.
Com um estilo que passeia entre o mangá, o realismo e a arte surda, Helô se emociona sempre que desenha, usando suas criações como uma forma de expressão profunda. Sua primeira grande exposição, realizada em 2023, foi um marco em sua carreira, permitindo que seu trabalho alcançasse um público maior e lhe proporcionasse conexões valiosas com outros artistas.No Espaço Casulo, Helô encontrou um ambiente acolhedor, onde fez amigos e aprendeu muito com Bibi, ao mesmo tempo em que se divertia. O Casulo é um lugar especial para ela, onde todos se comunicam e compartilham momentos significativos. Para Helô, o conselho para os jovens que desejam seguir na arte é simples: treinar bastante e gostar do que fazem. Ela acredita que isso é essencial para o crescimento como artista. E, olhando para o futuro, seu objetivo é continuar trabalhando com o que ama – o desenho.
Olha só esse Livro!
Jocélio é um artista profundamente conectado com a comunidade surda, utilizando sua arte como uma forma de dar voz às narrativas que muitas vezes são silenciadas. Sua obra "Helo: Mãos que Falam" é uma celebração da cultura surda e das ricas histórias que emergem do uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Através deste livro, Jocélio nos convida a mergulhar em um mundo onde a comunicação vai além das palavras faladas, revelando a beleza e a complexidade das mãos que, com seus gestos, criam uma linguagem própria e poderosa.
A protagonista, Heloísa, é uma jovem surda que navega pelos desafios e as alegrias de viver em um mundo que muitas vezes não a compreende. "Helo: Mãos que Falam" não é apenas uma história sobre a surdez, mas uma exploração do que significa se expressar e se conectar em uma sociedade que privilegia a oralidade. A narrativa de Jocélio destaca a importância de reconhecer e valorizar a diversidade linguística e cultural, mostrando como a inclusão e o respeito são fundamentais para uma convivência mais harmoniosa e empática.
Com ilustrações vibrantes e uma narrativa envolvente, "Helo: Mãos que Falam" é uma obra
essencial para todos aqueles que desejam entender melhor as diferentes formas de comunicação e a riqueza da cultura surda. Jocélio, com sua sensibilidade artística e compromisso com a causa, nos oferece um livro que é ao mesmo tempo educativo e inspirador, uma verdadeira homenagem à resiliência e à expressão humana.
Kilma Coutinho
Kilma Coutinho é natural de Recife-PE. Artista plástica de grande expressão na arte surda, representante do protagonismo surdo.
Kilma Coutinho, uma artista pernambucana, conta histórias da cultura surda e brasileira através de pinturas inspiradas pelo Cubismo e pela arte brasileira. Sua arte, influenciada por sua formação acadêmica em Libras, celebra a diversidade do Brasil e a vida.
“Uma pintura que traduz a alma da comunidade surda em formas e cores, criando um diálogo visual que ressoa profundamente com todos que têm o privilégio de testemunhá-lo”.
segue ela lá no instagrana : @kilma_coutinho
Vem de Filme!
CODA: No Ritmo do Coração é uma obra cinematográfica que conquistou corações ao redor do mundo desde sua estreia em 2021. Dirigido por Sian Heder, o filme não só emociona com sua narrativa sensível, mas também oferece uma representação rara e autêntica da comunidade surda, o que tem um impacto cultural significativo.
A História por Trás do Filme
O título "CODA" é um acrônimo em inglês para "Child of Deaf Adults" (Filho de Adultos
Surdos), e a trama gira em torno de Ruby Rossi, uma adolescente de 17 anos que é a única pessoa ouvinte em uma família de surdos. Vivendo na pequena cidade pesqueira de Gloucester, Massachusetts, Ruby (interpretada por Emilia Jones) leva uma vida dupla: na escola, ela é uma jovem comum com sonhos e aspirações, enquanto em casa, ela assume a responsabilidade de ser a ponte de comunicação entre sua família e o mundo ao redor.
Ruby, além de suas responsabilidades familiares, nutre uma paixão secreta por cantar. Esse talento natural, porém, cria um conflito interno, pois a jovem teme que seguir seus sonhos possa deixar sua família desamparada, especialmente quando o negócio de pesca da família enfrenta dificuldades.
Uma Representação Autêntica e Inclusiva
Um dos aspectos mais notáveis de CODA é a escolha de atores surdos para interpretar os membros da família de Ruby. Frank, o pai de Ruby, é interpretado por Troy Kotsur, que fez história ao ganhar o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2022. Marlee Matlin, que já havia sido pioneira como a primeira atriz surda a ganhar um Oscar em 1987, interpreta Jackie, a mãe de Ruby.
Essa decisão de escalar atores surdos não apenas trouxe uma autenticidade maior à narrativa, mas também sublinhou a importância da inclusão e representação na indústria cinematográfica. O filme aborda com sensibilidade as complexidades da vida em uma família CODA, onde a comunicação vai além das palavras, envolvendo também emoções, responsabilidades e, muitas vezes, sacrifícios pessoais.
Temas Universais de Amor e Identidade
CODA não é apenas um filme sobre uma família surda; é uma história universal sobre amor, identidade e a busca por nossos próprios sonhos. A jornada de Ruby é um lembrete poderoso de que, para sermos verdadeiramente felizes, precisamos encontrar um equilíbrio entre nossas responsabilidades e nossos desejos pessoais.
O filme também ilumina as realidades enfrentadas por aqueles que vivem entre dois mundos – o mundo surdo e o mundo ouvinte. Ruby, em seu papel de intérprete, não traduz apenas palavras, mas também as nuances emocionais e sociais que conectam sua família ao resto da sociedade.
Impacto Cultural e Recepção
A recepção de CODA foi calorosa e entusiástica, tanto de críticos quanto do público. A autenticidade da representação da comunidade surda e a poderosa performance do elenco fizeram do filme uma obra que sensibiliza e educa. CODA se tornou um marco na representação cinematográfica, mostrando que histórias inclusivas e bem contadas podem ressoar profundamente com todos.
Em resumo, CODA: No Ritmo do Coração é um filme que nos convida a refletir sobre a importância da comunicação, da empatia e da busca por nossos sonhos, enquanto celebra a resiliência das famílias que, apesar das diferenças, encontram maneiras únicas e poderosas de se conectarem. É uma obra que sensibiliza e toca o coração, deixando uma marca duradoura em todos que a assistem.
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Telefone: (11) 94071-8956 - Bibi Aquino
E-mail: aquino.bibi@gmail.com
Obrigado por fazer parte da comunidade artística do Espaço Casulo. Até a próxima edição do "Paleta Urbana"!
Imprima e monte esse Fanzine ai na sua casa! Siga os passos!
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